SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
“Surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades
além daquelas causadas pela cegueira e pela surdez. O termo hifenizado indica
uma condição que somaria as dificuldades da surdez e da cegueira. A palavra sem
hífen indicaria uma diferença, uma condição única e o impacto da perda dupla é
multiplicativo e não aditivo.” (Lagoti,1995, p 306- “A Educação Especial na Perspectiva
da Inclusão Escolar”,2010).
São consideradas pessoas com deficiência múltipla aquelas que “têm mais de uma deficiência associada. É uma
condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando
associações diversas de deficiências que afetam mais ou menos intensamente, o
funcionamento individual e o relacionamento social” (MEC/SEESP,2002).
“Considera-se uma criança com deficiência múltipla sensorial aquela
que apresenta deficiência visual ou auditiva, associada a outras condições de
comportamento e comprometimentos, sejam elas na área física, intelectual ou
emocional, e dificuldades de aprendizagem.” (MEC/SEESP/2006).
Favorecer o desenvolvimento do esquema corporal da pessoa com
surdocegueira ou com deficiência multiplica é uma necessidade específica das
duas deficiência e de suma importância. Esses indivíduos precisam se
autoconhecer e perceber o mundo a sua volta para assim poder adquirir
autonomia, equilíbrio postural, a articulação e a harmonização de seus movimentos.
O trabalho com o aluno com deficiência multiplica e com surdocegueira implica
em constante interação com o meio ambiente.
O tato depois da visão e da audição, é o que pode oferecer mais
informações(Alvarez,1991) para pessoas com surdocegueira.E segundo Carvajal(1997),
o tato é o sinônimo de comunicação para as pessoas com surdocegueira.
A comunicação das pessoas com surdocegueira é uma grande barreira. Mas
havendo oportunidades tudo é possível. Primeiramente deve ser aproveitado os
resíduos auditivos que a pessoa possui. E os primeiros momentos de comunicação
deve ser através de objetos concretos. É preciso estar atento ao contexto no
qual os comportamentos, as manifestações ocorrem e sua frequência, para assim
compreender melhor o que o aluno tem a intenção de comunicar e responder. E é o
aluno que escolhe o que é melhor pra ele, e devemos respeitar isso. Com o uso
de calendários poderá organizar a rotina, usando os objetos de referência e as
pistas para que haja uma comunicação. Outra forma de comunicação das pessoas
com surdocegueira é a LIBRAS ,TADOMA(Sistema de comunicação na qual a pessoa
com surdocegueira recebe a fala através do tato, a mão da pessoa com
surdocegueira é colocada no queixo e nas faces da pessoa falante para perceber todo
sistema fonoarticulatório da palavra), DACTILOLOGIA etc.
O guia-intérprete é um profissional que também irá auxiliar na
comunicação da pessoa com surdocegueira, onde vai fazendo a descrição visual e
passando as informações.
A comunicação com pessoas que adquirem a surdocegueira após ter uma língua é muito diferente da utilizada pelas pessoas com surdocegueira congênita, já que os primeiros possuem
um nível de pensamento simbólico
e “costumam conservar a linguagem no transcorrer de suas vidas, caso não
aconteçam circunstâncias especiais”. A comunicação permite à pessoa com
surdocegueira adaptar-se e integrar-se e isto “baseia-se na utilização
intensiva de todos os recursos sensoriais que ainda possuem: resíduos visuais
e/ou auditivos, tato, olfato, paladar, mas é o sentido do tato que adquire uma
especial relevância nas suas necessidades de comunicação, de aquisição de
conhecimentos e de aprendizagem”.
Os sistemas de comunicação
utilizados pelas pessoas com surdocegueira podem ser divididos em alfabéticos e
não alfabéticos. Os sistemas alfabéticos são: alfabeto datilológico, alfabeto
da escrita manual, placas alfabéticas, e meios técnicos com saída em braile. E
os sistemas não alfabéticos são: Língua de Sinais e Tadoma.
Ensinando o alfabeto com letra cursiva na palma da mão.(surdocegueira)