ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO DO
ALUNO COM SURDEZ
Com
a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008), surge
o Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez. Esse
atendimento tem como função organizar o trabalho complementar para a classe
comum, com vistas à autonomia e a independência social, afetiva, cognitiva e
linguística da pessoa com surdez na escola e fora dela.
Nesse
sentido, mais do que uma língua as pessoas com surdez precisam de ambientes
educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitam a capacidade
em perceptiva-cognitiva, e que explore suas capacidades em todos os sentidos. Porém,
se só a posse de uma língua bastasse para aprender,
as pessoas ouvintes não teriam problemas de aproveitamento escolar, já que
entram na escola com uma língua oral desenvolvida.
A aquisição da língua de sinais, de fato, não é garantia de uma
aprendizagem significativa. O ambiente em que a pessoa com surdes está
inserida, em especial, o da escola comum, uma vez que não lhe oferece condições
para que se estabeleçam mediações simbólicas com o meio físico e social, não
exercita ou provoca a capacidade representativa dessas pessoas,
consequentemente, compromete o desenvolvimento do pensamento, da linguagem e da
produção de sentidos.
Compreendemos
que o fracasso do processo educativo das pessoas com surdez é um problema da
qualidade das práticas pedagógicas e não um problema somente focado nessa ou
naquela língua ou mesmo numa diferença cultural, envolvendo outra cultura, uma
comunidade com identidades surdas próprias.
A
atenção das Pessoas com Surdez devem estar centrada, primeiramente, no
potencial natural que esses seres humanos têm independente de deficiência,
diferença, limites ou mesmo do marcador surdo. O segundo foco deve ser a
transformação da escola e das suas práticas pedagógicas excludentes em
inclusivas.
O
trabalho pedagógico com os alunos com surdez nas escolas comuns, deve ser
desenvolvido em um ambiente bilíngue, ou seja em um espaço em que se utilize a
Língua de Sinais e a Língua Portuguesa.
Conforme
Damázio (2005), para que essa educação seja eficaz deverá adotar a Pedagogia
Contextual Relacional. O sentido dessa pedagogia encontra-se em formar o ser
humano, com base em contextos significativos, em que se procura desenvolvê-lo
em todos os aspectos possíveis, tais como: na vontade, na inteligência, no
conhecimento e em ideias sociais, despertando-o nas suas qualidades e
estabelecendo um movimento relacional sadio entre o ser e o meio ambiente,
descartando tudo que é inútil, sem valor real para a vida. E segundo essa mesma
autora o AEE PS envolve três momentos didático-pedagógicos, que são:
·
Atendimento Educacional Especializado EM
LIBRAS;
·
Atendimento Educacional Especializado para o
ENSINO DA LINGUA PORTUGUESA
·
Atendimento Educacional Especializado para o
ensino de LIBRAS.
O
AEE em Libras fornece a base conceitual dos conteúdos
curriculares desenvolvidos na sala de aula. Esse atendimento contribui para que
o aluno com surdez participem das aulas.
Atendimento
Educacional Especializado para o ensino de Libras na escola comum, no qual os alunos com surdez
terão aula de Libras, favorecendo o conhecimento e a aquisição, principalmente
de termos científicos. Este trabalho é realizado pelo professor e ou instrutor
de Libras (preferencialmente surdo.).
Momento do Atendimento Educacional
Especializado para o ensino da Língua Portuguesa, no qual são trabalhadas as especificidades dessa língua
para pessoas com surdez. Este trabalho é realizado todos os dias para os alunos
com surdez, à parte das aulas da turma comum, por uma professora de Língua
Portuguesa, graduada na área, preferencialmente.